Quando me perguntavam: o que você quer ser quando crescer? eu respondia de pronto: Médica e Geriatra, esse foi meu primeiro sonho de infancia.....

Como eu achava fantástico poder cuidar de outro ser-humano e ter isso como profissão, isso sem contar que eu adorava ver os médico de branco, o status de semi-deuses, não sei o que era exatamente mais a medicina tinha um fascínio em mim, eu brincava de médico com minhas bonecas e comecei o segundo grau tendo isso como objetivo....

Um dia, lá pelos meus 14 anos eu vi um acidente muito grave, com mortes e tal, fiquei uns dez dias sem falar, eu fiquei muito chocada com o que vi e entendi que para ser médica eu precisava de um estomago diferente, não era pra mim....

O universo foi sábio comigo, ontem, tomando soro no hospital, sentadinha na cadeira, confortavelmente coberta, eu observava o vai e vem dos médicos, eles são mecânicos de corpos basicamente, eu não vi um gesto de carinho em 4 horas que estive lá, com nenhum paciente de nenhum profissional de saúde...dai você me perguntaria, porque eles teriam que ser carinhosos? eles estavam exaustos de seus turnos de 48 hrs, as pessoas são estranhas a eles e também os tratam mal, são super mal remunerados, anyway....porque para mim, o "cliente" é o ser-humano em seu estado mais frágil....

Eu chorei tanto em Patch Adams quando ele diz que se tornou médico porque se conectou a outro ser-humano, mas ele era um ser de luz totalmente fora da nossa massa mediana, ele não serve com parâmetro...

Sabe aquela minha carência estampada no rosto? ela não é só a falta de um parceiro, ela é o reflexo da falta de amor da humanidade, da falta de carinho, do capitalismo desenfreado, do massacre da humanidade em função do ter e não do ser......

Well, sem conclusões, acho que fiquei por aqui nesse plano estranho para amar, isso eu faço direitinho, eu amo livremente e sou amada pelos poucos que escolhi como familia/amigos e amores....

Acho que vou voltar para o voluntariado, é outra forma de trocar amor incondicional e gratuíto.