É natal

Eu adoro o natal...já devo ter escrito isso em algum canto por aqui...nada me tira o espírito natalino..amo também essa sensação de dever cumprido que o final do ano me oferece...e o carinho dos amigos e da família...não aquela família imposta, mas sim a que pudemos escolher ao longo da vida...esse sim, é um presente verdadeiro.


Feliz natal a todos!
Há tempos não escrevo...


Tenho vivido dias realmente felizes...em paz...mas é óbvio que dou um jeito de me sabotar e deixo a depressão entrar pela porta dos fundos, sem aviso prévio.


"I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it"



Nada de novo...apenas mais alguns pratos para equilibrar.


O que tem de belo? 
O amor...todos os dias posso senti-lo, toca-lo, ouvi-lo...queria ter a certeza que eu o faço tão feliz como ele me faz...mas não tenho essa certeza...jamais terei...acho que ninguém tem...


O que tem de novo?
A fé se fortalecendo e crescendo no meu coração e na minha alma...e a certeza de que estou no caminho certo....


O que tem de claro?
A impressão de que estou passando pelo mundo deixando coisas boas...


O que está confuso?
A impressão de que as vezes deixo pessoas magoadas e aos pedaços.


Será que a vida é mesmo assim?


Bem, ,mas como a vida segue e não tem nada de grave...vou deixar uma mensagem mais alegre:


It's me...naked

Pena

Hoje a noite estava assistindo "O Clube da Luta" e comecei a pensar que alguns tipos de pessoas me dão real pena...minha avó me ensinou que pena é um sentimento indigno, que não devemos ter pena por ninguém e sim rezar pelas pessoas...mas algumas pessoas são realmente dignas de pena...
Tenha pena dos covardes, pessoas que escrevem, publicam, se arrependem e apagam, que não tem coragem de assumir relações reais e vivem a sombra de fantasmas do passado, porque são covardes...esse tipo de covardia vem do medo do enfrentamento...tenha pena, esse tipo de covardia adoece.
Tenho pena  dos arrogantes, pessoas que acham que são melhores que as outras e não percebem que, no final, todos somos putrefatos e iguais...
Tenho pena dos limitados, que não tem recursos para enxergar além, que por mais que tentem , não enxergarão, nunca, por mais ajuda que possam ter..desses tenho aquela pena dolorida e profunda.
Tenha pena dos perdidos, sempre soube o que queria da vida e por um tempo achava que todos eram assim, é um equívoco, pessoas perdidas me dão um certo desespero, é como se fossem almas perdidas vagando com cara de assustadas...essas eu queria ajudar, mas só podem ser ajudadas por si mesmas.
Tenho pena dos que não tem pena de ninguém, daqueles que não sabem sentir, que não tem empatia pelo próximo, que são incapazes de sentir suas dores...acredito que esse tipo de ser-humano não se conecta realmente, não sentir pena deve ser como andar com os pólos iguais, se repelindo todo o tempo...ou apagando rastros do amor vivido, ou ignorando feridas deixadas ao outro ao longo do caminho e contando para novas pessoas sobre histórias do passado mal resolvidas....algumas coisas não podem mudar de formato, é uma pena que não ensinem humanidade na faculdade, todo esse trabalho humanitário e não perceber a própria atrocidade dentro de si é paradoxalmente lamentável...pena.
Ter pena significa que eu me importo mas que nada posso fazer...minha avó tinha razão.
Deixo meu carinho.




É aniversário da minha filha...

Meu tesouro...
Agora você sabe ler...e você pode ler o que a mamãe vai te dizer...
Eu te amo filha...de forma incondicional, bela e da forma que eu melhor sei amar.
A mamãe te deseja toda a felicidade desse mundo, toda paz, sorte, vida, saúde e plenitude.
Saiba que esse ultimos 8 anos foram os mais felizes da vida da mamãe.
Você é uma alma iluminada e é um verdadeiro presente para mim e para todos os que convivem com você.
Minha princesa...Ana Carolina Caracolina.



I don't care...maybe I care

Talvez esse seja o post mais polêmico da pequena história desse pequeno blog de dois anos. Quem me conhece sabe que o crack destruiu minha mãe e todos que estavam ao redor dela. Hoje, assistindo "A Liga" meu sentimento é o do descaso....Eu não me importo com quem se droga...realmente NÃO quero saber....Esse é o sentimento mais estranho que eu já tive sobre algum assunto social...normalmente eu me comovo, me importo, quero ajudar de alguam maneira...porque eu me isentei? será que esse tema foi tão dolorosamente profundo que faz com que eu não me importe com toda uma população de almas perdidas? será que eu me permiti, por um assunto, não sentir? será que essa é a maneira que eu encontrei de não sentir dor? Ou será que já me curei da dor e simplesmente não quero tocar nessa ferida....Hoje vou rezar por essas pessoas...e por mim...e por ela...realmente não acredito que haja solução para essa equação, mas rezar eu posso. Pobres almas. Pobre alma.


Se você não gosta de Sampa, ela também não gosta de você...

Se você é um daqueles cariocas de sotaque carregadíssimo que despreza nossa diversidade gastronómica e que acham que as paulistanas são feias comparadas às cariocas de bunda de fora ou se você é um tri gaúcho bairrista que acredita que tudo na sua terra é melhor do que aqui e que o Grenal é um clássico muito superior a qualquer clássico do paulistão ou se você simplesmente frequenta São Paulo e todas as vezes que entra ou sai daqui reclama do ar, trânsito, cinza e das marginais...Não precisamos de você aqui.

Estive pensando nisso em minha ultima viagem enquanto lia em um blog onde o escritor aparentemente frequenta sempre nossa cidade e sempre diz que não gosta daqui....vai minha sugestão: São Paulo, ame-a ou deixe-a...Eu sinto dolorosas saudades quando saio daqui por qualquer motivo...não nasci aqui e meu amor pela cidade é aquele amor maduro...que vem com a convivência e com o reconhecimento...

Em São Paulo nunca me faltou emprego, em família, nem amigos, nem olhares e tão pouco abraços...em São Paulo podemos praticar a delícia de ter opções, verdadeiramente poder crescer e se você tiver coragem pode viver tudo mais o que quiser por aqui....Quando cheguei por aqui eu nada entendi e depois percebi que como todos os lugares do planeta ela precisava de uma coisa para ser chamada de lar: Amor.

Portanto pessoas que dizem odiar São Paulo...voltem aos seus lugares e por favor, respeitem nossa cidade...não gosta daqui e é obrigado a vir? Guarde para você seus comentários ou simplesmente mude de profissão.


Lágrimas no aeroporto....aquela vontade de chorar alto, soluçar até que o peito pare de doer, mas daí vem a consciência de que é preciso segurar a barra...Essa foi a sensação ao me despedir da minha amiga de 20 anos ontem no aeroporto de Campo Grande. Minha afilhada agora está com 17 anos e tem quase a idade do tempo que nos afastou...assim foi me despedir de Regina...sabem como essa história começou? Vamos a narrativa:
Ano: 1991
Local: Sala de aula da 8ª Série A da escola Bernardo Franco Baís
Primeiro dia de aula.
Eu já estudava com quase todos os alunos da sala desde o jardim da infancia, todos se conheciam, com algumas poucas exceções, meninas que se sentava no fundo da sala de aula e tinham um ar daquela timidez adolescente em um local desconhecido. Eu tinha o hábito de ler o nome dos alunos estampado na porta da sala de aula, ficavam lá contendo algumas informações que eu julgava interessante como data de nascimento, seu número na chamada e eu sempre gostava de saber tudo isso pra manter aquela falsa ilusão de conhecer a todos pois eu já sabia e estava fadada a ser a lider da sala, como o era desde sempre...olhando a lista vi que meu número era 28 e que o número 29 era ela, e que curiosamente ela fazia aniversário um dia antes de mim...fiquei curiosa para saber quem era minha quase irmã de data de nascimento....sem pensar muito e tentando disfarçar minha pequena e leve curiosidade fui até o filtro que ficava no fundo da sala, bem perto de onde ela sentava...ela tinha cabelos longos e negros como os matem até hoje, um rosto bonito e um sorriso de muitos amigos, perguntei se era ela o numero 29 e mais velha que eu apenas um dia, ela sorriu e disse que sim...pronto, foi o suficiente para termos assunto para uma vida toda. Regina me ensinou que podemos tocar nas pessoas para demonstrar afeto, sem parecer idiota ou vulgar, ela me ensinou que há familias boas sim e eu fui acolhida pela dela assim que a minha se mostrou ruim como sempre foi, ela me ensinou a me defender, quando me ofendiam no recreio ela seriamente comprava minhas brigas, ela me ensinou a me vestir, me pentear e me cuidar...como as irmãs mais velhas fazem...ela me ensinou o que é ter irmãs mais velhas...quando comprei meu primeiro carro ela me ensinou a dirigir, mesmo não sabendo ao certo como faze-lo, choramos o juntas a morte do Renato Russo e costumávamos ouvir as musicas em inglês e transcreve-las a nossa maneira, sem entender um pingo do até então estranho idioma (a falou dasmasquan ..)  ela engravidou aos 16 anos e juntas aprendemos a como criar um bebê sozinhas assim como juntas aprendemos o quão duro pode ser a vida.
Nossa amizade vive muito bem obrigada, por todos esses anos, sem ranhuras, sobrevivendo ao tempo, distância, casamentos, filhos e qualquer outro furacão que possa vir sobre nós...sabe o que de mais precioso eu aprendi com a Regina? Ser amigo de alguem, verdadeiramente, é aceitar essa pessoa exatamente como ela é e sabendo tudo a seu respeito sem uma rusga de julgamento.
Amiga, você jamais estará só porque EU estarei ao seu lado e nem a morte será capaz de nos separar. Obrigada.

"Somos apenas dois seres imperfeitos tentando acertar nesse mundo cheio de erros, o mais importante é que quando sei que tenho seu ombro e sua amizade, não preciso acertar todas as vezes mas jamais posso deixar de tentar."








Fernanda Young

Quanto mais leio os livros dela, mais me assusto...É a mesma sensação que tinha quando ia descobrindo músicas novas de Renato Russo na minha adolescencia....pensava comigo mesma: Esse cara me descreve como se vivesse dentro da minha alma...será que Fernanda dentro dos meus devaneios troucou figurinhas com Renato e se inspirou em mim? Ou será que suas personagens são fragmentos dela e somos todas parecidas e frutos desse mundo estranho? Assim como Renato também era?
Encontro um pouco de mim em cada mulher que ela descreve...louca, inteligente, solitária, vingativa, triste, deprimida e bela...
Hoje um trecho me fez chorar, estou lendo "A sombra de vossas asas"....vou citar outros trechos também dessa obra, trechos interessantes e não menos familiares...

"As pessoas são aquilo que elas viveram. São cada detalhe experimentado, desde o primeiro instante em que há vida no útero, e esta vida é você. Dizem que o lugar é quentinho, escurinho. Bolas, então é horrível! É horrível ficar trancafiado nove meses num lugar escurinho e quentinho, trata-se do inferno claustrofóbico. Aí já se nasce agoniado. E morrendo de culpa, porque dizem que, da barriga, o neném escuta tudo, sente tudo, entende tudo. Então você entendeu que mamãe estava péssima, tendo enjôos e se achando, com razão, pavorosa. Que papai tinha raiva de você, porque não podia mais agarrar a esposinha linda - outrora havia sido linda - e entrar dentro dela, porque você estava lá. Que ele estava puto da vida, porque queria sair, ir até uma boate, comer num rodízio de camarão, mas ela estava com sono, com gases, com pés inchados, azia e má digestão. Você soube de tudo isso. Eles bem que tentaram evitar que você escutasse todas as reclamações, colocavam música clássica pra você. Papai até beijava a barrigona de mamãe, conversava com o feto lá dentro, dizia amar o feto; as pessoas têm boa vontade. E de mais a mais não há outro jeito - a humanidade deve seguir a sua sina. É assim. Talvez o bebê de proveta desenvolva outros traumas, que não estes. É isso: não há como evitar os traumas. Há como sobreviver a eles, nunca como deixar de tê-los."
***

"Todo mundo, um dia, deixa para trás a sua ingenuidade. Não há quem consiga manter-se puro por toda a vida, porque a vida se encarrega de ensinar suas durezas."
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"Pois, na verdade, ela sofria de insuficiência afetiva. Qualquer atenção, mesmo que de início tratada com desconfiança, acabava sendo digerida como carinho"
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"As pessoas sofrem a vida inteira e se adaptam a isso; não se pode chegar de repente e tirar aquela certeza das mãos delas, é tudo o que elas têm. Nunca desmereça os problemas alheios - o sofrimento é, para muitos, um prêmio que comprova essa única grandeza: ser um sobrevivente. E já basta."


Eu EXISTO

Hoje, há exatos 34 anos, eu virei um pronome....

Passados alguns anos eu fui apenas um subjetivo com adjetivos não muito felizes e com pedras...duras, pesadas, doloridas....

Seguindo sem desistir, embora por muitas vezes tenha seriamente pensando no tema, eu comecei a me transformar no verbo....EXISTIR....

E esse verbo só foi possível pelos verbos divinos....e agradeço ao meu anjo protetor que tão pacientemente me acompanhou nessa jornada mais vitoriosa do que perdedora....agradeço a Deus pela sua infinita bondade em cuidar de um ser tão imperfeito como eu, agradeço aos amigos que sempre estiveram aqui....agradeço ao meu amado que está me ensinando mais do que amar, mas está me ensinando a como permitir ser amada...agradeço a minha filha pela doçura gratuita todos os dias quando me acorda e me fala tão lindamente: Bom dia mamãe....agradeço aos meus avós que da melhor maneira me mantiveram viva....agradeço aos que se foram da minha vida pelos seus motivos válidos mas que me ensinaram grandes lições....agradeço ao abandono da minha mãe que me fez forte e valente (pra ela hoje segue meu sentimento de perdão verdadeiro) todos me fizeram ser o que sou hoje....cada fragmento do meu ser foi montado em 34 peças de 365 dias e de todas essas variáveis.

Ainda hei de conjugar alguns verbos no futuro: perdoar, aprender, corrigir, dividir....mas sinto que o caminho agora será mais suave...o fardo mais leve e a sabedoria vai ser o alicerce para que essa conjugação seja correta.

O tempo agora é de acertar, devolver o que não me pertence e tomar posse do que realmente é meu.

Feliz ano novo Patrícia! Falta pouco agora, garra! força! fé! e o elemento chave que me manteve viva todos esses anos...AMOR!

OBRIGADA.


Descanse José de Alencar


Para quem tem ou teve câncer, sempre procuramos histórias inspiradoras e esse cara sem dúvida em certos momentos foi uma inspiração pra mim...O meu problema perto do dele era ínfimo e ele seguia sempre sorrindo e confiante....Lembro de tê-lo visto na TV falando que não tinha medo da morte e que tinha tido uma vida digna....

Siga na luz e descanse...acho que sua luta vai servir de inspiração para muitos que lutam contra essa doença inglória.

51 - Minha homenagem ao meu ídolo

Não, você não perdeu 29 amizades por conta das pedras que carregava em suas mãos...você ganhou uma legião urbana de milhares...
O Sol é um só e são muitas manhãs vividas inspiradas em sua poesia...
Temos dias perfeitos ainda ao ouvir Giz...
E certamente temos equilibrado nossa loucura cortejando a insanidade....e nem tudo está perdido...
Muitas vezes olhamos pro mundo e dizemos: Sai de mim, que eu não pertenço mais a você....Mas estamos firmes porque não somos escravos de ninguem e certamente ainda confiamos em nós mesmos, ainda que sangrando, mas você sabe meu querido: O Sândalo perfuma o machado que o feriu....
Hoje, posso de peito aberto gritar pro mundo: Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher, sou minha mãe e minha filha, minha irmã minha menina, mas sou minha, só minha e não de quem quiser, sou Deus tua deusa meu amor!
PS: Aqui em casa tem um poço com água limpa.

Morrer e Viver - Qual a melhor hora pra ambos?

O melhor momento para morrer é quando se está feliz.
Sem mágoas, sem ressentimentos, sem vontade de morrer, sem vontade de matar.
Há momentos que vem a vontade de morrer.
Interessante é que essa vontade não é de abandonar a vida _ é apenas de livrar-se das coisas que incomodam.
O curioso é que não se analisa que o que incomoda são as coisas da vida. Morrer é deixar o que incomoda e o que não incomoda.
Há momentos que dá vontade de matar para se livrar apenas de algo que incomoda.
Porém se livrar dos incômodos dessa forma é encontrar muito mais o que incomodar, por que a vida vai continuar da pior maneira.

Sentir-se bem em não ser tolerante com a intolerância dos ranzinzas não é ser perverso, é, na melhor definição, ser justo, ser leal a si mesmo.
Na verdade o homem não é bom, apenas finge ser para não tumultuar seus relacionamentos e não aumentar seus incômodos.
O homem só é bom para si, aliás, julga sê-lo, pois fere a Natureza das coisas e das pessoas e fere até a si mesmo em nome do não incômodo ao outro.

Fake Plastic Trees

Quando o sol entra em áries é o sinal do começo do meu ano, as coisas começam a ficar mais claras e sinto falta de coisas que não tenho certeza que foram reais....e de algumas tão reais que são duras de abrir na memória...

Comecei a pensar que vou fazer 34 anos que foram duros e cheios de pedras...e ao mesmo tempo tão cheio de vitórias e realizações pessoais que cada pedra enfiada na sola dos meus pés fizeram a dor valer a pena...as vezes tenho medo de que essa sensação positiva voe...e que não seja real...fake plastic feelings...tenho medo deles...

Não pense, caro leitor, que estou deprimida...ao contrário...estou apenas reflexiva sobre tudo o que passou até agora e quais serão as cenas dos próximos capítulos...sei que essa novela depende de como vou terminar de escreve-la, mas não é bem assim, os atores coadjuvantes não seguem meu roteiro, e como eles são fundamentais para o sucesso dessa trama....para que ela seja real e para que tudo isso tenha valido a pena.

Hoje eu acordei do seu lado e quando isso acontece a vida fica mais bonita e por você tenho sentimentos reais e sólidos e que sigo com a certeza de que esses sentimentos me fazem feliz e  tudo isso me completa....você me completa....eu me completo....e eu sei que somos reais e isso me renova...assim como a entrada do sol em áries.

Keep Walking

A vida me surpreende todos os dias...seja de maneira positiva ou não. Sempre achei que fosse corajosa o suficiente para enfrentar todos os obstáculos, correr todas as marotonas e topar todos os desafios...tenho parte dessa coragem sim mas parte sou medo...daí quando estou lá, olhando para o mundo com olhos amendrontados vem a vida e me dá alguma recompensa, seja ela de qualquer tipo...e tudo que tenho a dizer é: obrigada.

Não tenho mais a pretensão da perfeição, tão pouco a pretensão da felicidade plena, mas pequenos momentos como os de hoje me fazem acreditar que sim, estou na direção correta, olhando para o horizonte certo, se errei foi para acertar alí adiante e se acertei foi porque anteriormente já havia errado muito.

Hoje não quero provar mais nada, minhas críticas são do livre espírito que carrego, assim como meus elogios...me sinto no direito de faze-las pro mundo assim como recebo tantas vezes a crítica pesada e nem sempre justa da vida...e na verdade nenhuma delas importa tanto como o verbo. As vezes o verbo que ofereço parece limitado...mas não o é, cada um dá o que pode e entendo que cada um também recebe o que pode.

Perdi muitas das crenças antigas e crenças novas tomaram o lugar delas, hoje acredito muito mais em mim do que antes. Essa fé para os olhos dos outros parece muito mais um ímpeto de arrogância mas nada mais é do que eu acreditando mais em mim + minha errônea maneira de me expressar para o mundo = ao que a vida tem me transformado. E não acho que o resultado seja ruim não, só acho que ele precisa um pouco mais de lapidação.

Chegando quase na metade da minha vida, tenho convicções novas e a principal delas é que nada sei sobre mim ainda, mas nem por isso posso parar de andar.



Perder-se também é caminho.
Clarice Lispector
 

Quem matou a língua portuguesa?

Tenho me perguntando ultimamente, em que país estou?

Não falam mais a minha língua?

O que tenho ouvido é um grotesco dialeto cheio de gerúndios onde “seje” é permitido, onde não há concordância nominal ou verbal e os tempos dos verbos simplesmente não são conjugados... que dialeto é esse? Quando foi que ele se tornou oficial? Isso aconteceu quando paramos de ler e começamos a assistir BBB? Ou foi quando começamos a internacionalizar o português adotando verbos estranhos como “twittar”, “blogar” entre outros... não sei, estou em dúvida , quando escrevo deletar e o corretor ortográfico reconhece essa palavra é assustador.

Porque estão, lenta e tortuosamente matando a bela língua de Clarice, José de Alencar, Machado de Assis?... até a repórter esses dias “estaria fazendo” será porque matamos a faculdade de jornalismo também? Ou será porque criamos um presidente do país quase analfabeto que fala tão errado quanto o moço que me atende e me pergunta: “é pa enchê o tanque”? Ou será que esse dialeto se instalou em nossos ouvidos quando elegemos o Tirirca que não sabe ler, mas que apareceu ontem em quase todos os sites de conteúdo com a cara estampada, lavada e sem vergonha de ser deputado e não saber interpretar um texto?

Não sei, só sei que estou com medo de me contaminar, por favor, se me ouvirem falando “menas” me avisem, me batam, me punam, mas não permitam... ontem descobri que com uma dose diária de um bom livro posso, quem sabe, me proteger de tamanho crime, o crime de matar minha amada lingua portuguesa.

Miúdo

Iris

É sempre bom descobrir uma roupa nova para um corpo antigo....assim como é lindo ouvir uma nova versão de uma música que você realmente ama....ainda mais quando essa música nesse momento da sua vida faz todo sentido....e ainda mais quando o sentido da sua vida precisa encontrar uma roupa nova....