Keep Walking

A vida me surpreende todos os dias...seja de maneira positiva ou não. Sempre achei que fosse corajosa o suficiente para enfrentar todos os obstáculos, correr todas as marotonas e topar todos os desafios...tenho parte dessa coragem sim mas parte sou medo...daí quando estou lá, olhando para o mundo com olhos amendrontados vem a vida e me dá alguma recompensa, seja ela de qualquer tipo...e tudo que tenho a dizer é: obrigada.

Não tenho mais a pretensão da perfeição, tão pouco a pretensão da felicidade plena, mas pequenos momentos como os de hoje me fazem acreditar que sim, estou na direção correta, olhando para o horizonte certo, se errei foi para acertar alí adiante e se acertei foi porque anteriormente já havia errado muito.

Hoje não quero provar mais nada, minhas críticas são do livre espírito que carrego, assim como meus elogios...me sinto no direito de faze-las pro mundo assim como recebo tantas vezes a crítica pesada e nem sempre justa da vida...e na verdade nenhuma delas importa tanto como o verbo. As vezes o verbo que ofereço parece limitado...mas não o é, cada um dá o que pode e entendo que cada um também recebe o que pode.

Perdi muitas das crenças antigas e crenças novas tomaram o lugar delas, hoje acredito muito mais em mim do que antes. Essa fé para os olhos dos outros parece muito mais um ímpeto de arrogância mas nada mais é do que eu acreditando mais em mim + minha errônea maneira de me expressar para o mundo = ao que a vida tem me transformado. E não acho que o resultado seja ruim não, só acho que ele precisa um pouco mais de lapidação.

Chegando quase na metade da minha vida, tenho convicções novas e a principal delas é que nada sei sobre mim ainda, mas nem por isso posso parar de andar.



Perder-se também é caminho.
Clarice Lispector
 

Quem matou a língua portuguesa?

Tenho me perguntando ultimamente, em que país estou?

Não falam mais a minha língua?

O que tenho ouvido é um grotesco dialeto cheio de gerúndios onde “seje” é permitido, onde não há concordância nominal ou verbal e os tempos dos verbos simplesmente não são conjugados... que dialeto é esse? Quando foi que ele se tornou oficial? Isso aconteceu quando paramos de ler e começamos a assistir BBB? Ou foi quando começamos a internacionalizar o português adotando verbos estranhos como “twittar”, “blogar” entre outros... não sei, estou em dúvida , quando escrevo deletar e o corretor ortográfico reconhece essa palavra é assustador.

Porque estão, lenta e tortuosamente matando a bela língua de Clarice, José de Alencar, Machado de Assis?... até a repórter esses dias “estaria fazendo” será porque matamos a faculdade de jornalismo também? Ou será porque criamos um presidente do país quase analfabeto que fala tão errado quanto o moço que me atende e me pergunta: “é pa enchê o tanque”? Ou será que esse dialeto se instalou em nossos ouvidos quando elegemos o Tirirca que não sabe ler, mas que apareceu ontem em quase todos os sites de conteúdo com a cara estampada, lavada e sem vergonha de ser deputado e não saber interpretar um texto?

Não sei, só sei que estou com medo de me contaminar, por favor, se me ouvirem falando “menas” me avisem, me batam, me punam, mas não permitam... ontem descobri que com uma dose diária de um bom livro posso, quem sabe, me proteger de tamanho crime, o crime de matar minha amada lingua portuguesa.