Insights


Estou fazendo terapia, até por isso tinha parado de escrever, para dar tempo de sentir...

Tive dois insights incríveis, ambos doloridos, um que quase me arrasou, mas quase, porque agora sinto que só uma pessoa é capaz de me magoar, eu mesma.

O primeiro foi sobre minha missão na terra, eu sempre me tive a sensação de que  todos passam pela terra e nem sequer observam porque estão aqui, simplesmente existem, eu até pouco tempo  fazia parte dessa fatia da humanidade que só existe... até que comecei a ter sensações espirituais e elas me levaram a procurar meu sentido, quando eu o encontrei me senti meio desapontada porque para alguns parece uma missão tão simples e para mim é tão difícil que se torna uma missão de uma vida toda: Amar a mim mesma.

Amar a si mesmo é amar o mundo, e só amando o mundo e o próximo podemos evoluir, ou seja, nessa  vida eu vou dar o primeiro passo para a evolução.  Confesso que pensei duas coisas: que pensamento egoísta e que missão mediana, mas pensando bem e em tudo o que passei e que tenho ainda vivenciado é uma missão gloriosa, mais gloriosa ainda foi ter tido esse pensamento.

O segundo foi sobre a maternidade, minha criptonita, a família. Minhas tentativas foram na seguinte ordem (não citarei nomes, apenas exemplos), quando sai de casa e depois de comer o pão que o diabo amassou eu fui morar na casa da família da minha melhor amiga, fui cuidada, mas não me aproximei mais do que me foi permitido, apesar de poder, eu achei que não deveria... fui feliz nessa escolha...infelizmente essas pessoas já morreram e não sei se agradeci o suficiente tudo que fizeram por mim. A segunda tentativa estava de fato inserida na minha família, ela me fez promessas maternas que envolviam até a ser avó... quando ela se deparou com a realidade ela nos deixou, a todos, culpa minha? Não, a culpa não existe ter sido eu mesma e não ter sido aceita fez com que as promessas estavam erradas. A terceira e ultima foi a pouco, quando eu me senti filha de novo, na primeira oportunidade fui tratada como deveria ter sido desde o início, uma estranha, nesse final de semana foi pior e me fez ter esse insight, eu não sou filha de ninguém, e aos 33 anos para que eu precise disso? Para tampar um buraco freudiano? Não isso vou cuidar na terapia. Infelizmente essa semana vou ter que tratar alguns gatilhos que foram disparados com o que vivi como não ser chamada para comer, como me sentir estranha em um lugar que antes eu achava que pertencia, mais ou menos quando eu vivia com minha avó, não era minha casa, eu achava que era, e eu tive essa sensação nesse final de semana e ela me arrasou, eu sou uma estranha.

Ai eu penso, eu tenho uma casa confortável, com comida, carinho da minha filha e carinho até da Maria, não preciso mais vivenciar isso, mas preciso curar minha vulnerabilidade a palavra mãe e seguir em frente, eu não tenho mãe, nunca terei e vou viver muito bem sem isso, eu tenho força, tenho a mim, aos 22 anos já dirigia uma equipe de 70 pessoas na Microsoft, eu posso ter quantos filhos quiser e sustentar a todos, isso sim é ter poder, sobre mim e sobre a minha história, poder é algo relativo, esse poder eu tenho, de me cuidar, de contar realmente só comigo, e quando eu vencer essa barreira, nada mais me afetará,  estou chegando a isso...

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